sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Comentando a lição de 8 de agosto - DIALOGO E ACAO

EBD 6 - Uma nova certidão de nascimento

O estudo do próximo domingo, 8 de agosto, para a classe de adolescentes que utiliza a revista Diálogo e Ação, trata da identidade cristã, ou seja, o ser nova criatura, pela fé em Jesus.

O autor inicia dentro do pensamento joanino, mas fora das Epístolas, pelo episódio chave para a doutrina bíblica da regeneração ou novo nascimento: João 3.

A partir deste texto, a lição explica a dintinção entre:
Criaturas de Deus
(todos os seres humanos)
         x
Filhos de Deus
(os que creram em Jesus e pertencem à família de Deus)

Explicação:
Deus é o Criador do homem, mas também, Redentor e Soberano sobre a criação.
Por causa do pecado, os homens romperam a comunhão existente com Deus e vivem à revelia de Deus (desobedientes à sua vontade e inconciliáveis).
Os homens só poderão sair dessa condição quando uma transformação ocorrer, no seu relacionamento pessoal com Deus, pela aceitação dele como Salvador e Senhor.
Essa transformação é a obra regeneradora do Espírito na vida do crente, que faz nascer a nova vida em Cristo.
Essa nova pessoa, agora reconciliada com Deus, passa a fazer parte da família de Deus.
Convivem no salvo a "velha" criatura e a "nova criatura". À medida que cede lugar para o Espírito, o salvo faz morrer o velho homem, pouco a pouco. A isso chamamos santificação.
O alvo a alcançar é nos tornarmos "...filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo" (Fp 2.15).

Termos correlatos
regeneração - novo nascimento - nova criatura - novo homem

O que muda na vida do crente?
Na condição espiritual de "filhos de Deus", os cristãos se diferenciam do mundo (santificação) e se assemelham com o seu Salvador (imitadores de Deus, como filhos amados).

Atitudes esperadas:
1) não viver dominado pelo pecado;
2) amar a Deus e ao próximo;
3) testemunhar dessa condição ao mundo

Texto bíblico da lição que apoia a doutrina

João 3 – Que trata da questão do novo nascimento. Jesus explica a Nicodemos, que era um dos principais líderes religiosos judeus, que uma mudança radical no âmago da personalidade humana é essencial para a salvação.

Nascer "de novo" é o mesmo que nascer "de cima", isto é, "por um ato misericordioso de Deus".

Nascer "da água e do Espírito" é o mesmo que experimentar o "arrependimento" dos pecados cometidos e a "fé" no Filho de Deus, enviado para salvar os pecadores.

Nicodemos não entendeu o ensino de Jesus, pois pertencia a uma cultura que priorizava a religiosidade exterior. Ele não se via como pecador, pois entendia que os rituais religiosos que fazia eram suficientes para a sua salvação.

À medida que continua ensinando, Jesus explica a Nicodemos sua missão divina: realizar a obra da redenção na cruz do calvário.

Há os que acreditam que Jesus resgatou toda a humanidade na cruz, fazendo com que "todos" os homens sejam de novo "filhos de Deus". Mas isso não é correto, pois ele mostra duas realidades distintas:

1) Sua vinda trouxe o julgamento de Deus aos pecados cometidos;
2) Sua vinda trouxe a possibilidade de salvação aos pecadores.

O fator chave é a fé:

"Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus" (Jo 1.12,13)

"...importa que o Filho do homem seja levantado [isto é, crucificado]; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna" (Jo 3.14b,15)

"Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" (Jo 3.18)

e a máxima do evangelho:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).

Jesus conclui a conversa com Nicodemos destacando a necessidade e a urgência da decisão consciente de "vir para a luz", isto é, abandonar, renunciar a antiga maneira de viver (trevas espirituais).

Abalado ficou, mas Nicodemos e a maioria de seus compatriotas judeus não experimentaram essa mudança, permanecendo sob o juízo divino:

"E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más" (Jo 3.19).

Desenvolvendo o tema, o autor trata das citações da primeira epístola de João, que focam o assunto sob o aspecto prático:

1Jo 3.1 - A filiação divina é uma oferta amorosa e graciosa de Deus ao pecador; o salvo tem certeza de sua condição regenerada; a difícil convivência do filho de Deus no mundo.

1Jo3.2 - Uma abordagem escatológica da filiação, ou seja, olhar para a condição do filho de Deus na eternidade. Há coisas gloriosas e maravilhosas esperando pelos "filhos de Deus" nos céus.

1Jo 3.10 - Não há pessoas "em cima do muro", "meio salvas" ou "meio perdidas". Há os filhos de Deus e os filhos do Diabo.

Requer explicação: há os que agem segundo a inclinação do Espírito (os filhos de Deus) e os que agem segundo a inclinação da carne (os filhos do Diabo).

Sinônimos na Bíblia

Filhos de Deus - filhos da luz (Ef 5.8), filhos do dia (1Ts 5.5); filhos amados (Ef 5.1); filhos de adoção (Ef 1.5); filhos da promessa (Rm 9.8; Gl 4.28)

Filhos do Diabo - filhos das trevas, filhos da noite (1Ts 5.5); filhos da desobediência (Ef 2.2; 5.6; Cl 3.6); filhos da ira (Ef 2.3)

O apóstolo se esforça para convencer seus leitores amados que há uma incompatibilidade total entre o pecado e a fé cristã.
Os "filhos do Diabo" são aqueles que afirmam sua vontade individual sobre a vontade de Deus, os insubmissos, os que se deleitam na carne (Ef 2.3).

Mesmo na condição de salvos e de filhos de Deus, precisamos manter uma vida disciplinada espiritualmente, evitando a prática do pecado e vivendo voluntariamente debaixo da influência santa do Espírito de Deus.

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