quinta-feira, 8 de abril de 2010

Diálogo e Ação - EBD 4 - 25 de abril - Lição e comentários do autor

A soberania do trono celestial
Apocalipse 4.1-11

À época de João, existia um poder soberano, de ordem política e social, que impunha ao mundo o dever da submissão. Era o império romano.

Esse sistema de dominação foi denominado Pax Romana, ou seja, uma ordem de pacificação do mundo da época, por meio da força e da manifestação de poder militar, jurídico, social, cultural e, também, religioso.
No vértice desse sistema estava o imperador romano. Essa figura, retratada na expressão “Trono de Satanás” (2.13), representava um enorme perigo para os cristãos, pois eles não se curvavam perante a imagem do imperador para adorá-lo nem participavam dessas práticas idólatras. Podiam ser denunciados, julgados, condenados e mortos, se insistissem em adorar somente a Deus.

COMENTÁRIO: O SISTEMA ECONÔMICO E POLÍTICO EM QUE VIVEMOS (capitalismo e globalização) MANTÉM-SE COMO UM PODER OPRESSOR. UM OLHAR CRÍTICO PODERÁ PERCEBER QUE A RELIGIOSIDADE (TV E MÍDIA EM GERAL) CRIA ÍCONES DE ADORAÇÃO, PARA SEREM VENERADOS, POIS O PODER ECONÔMICO SE IMPÕE SOBRE AS DEMAIS FACETAS DA VIDA (a fé como fonte de lucro precisa desse "trono" para vender a imagem do ídolo). Fico pensando na indignação que tais formas religiosas devem produzir em Deus. O marketing religioso vai formando novos "ídolos" para a desonra ao único Senhor.

Trono é, portanto, imagem de poder soberano, de majestade santa, de exigência de intensa adoração e glorificação. Sentado no trono, o imperador romano demonstrava uma pretensa posição de “dono do mundo”.
Como você acha que Deus vê essa idéia de dominação humana, produtora de violência e morte, escravidão e dor?

A resposta está no capítulo 4 de Apocalipse...

A PORTA ABERTA:
UM CONVITE AO ENCONTRO COM DEUS
(4.1)


“...estava uma porta aberta no céu... e a primeira voz... disse: Sobe aqui” (v. 1). João está diante da mesma pessoa que a ele se revelara, no início da profecia, Jesus Cristo. A iniciativa do contato é do Senhor. O convite ao diálogo é a marca pessoal do Salvador.

A mensagem é semelhante àquela dirigida à igreja de Filadélfia, diante da qual o Senhor mantém “uma porta aberta que ninguém pode fechar”. Eu e você somos, diariamente, convidados por Deus para esse encontro de comunhão, pois dele procedem as decisões e os juízos sobre tudo e todos. A recusa pode nos custar muito caro.

COMENTÁRIO: Deus está no seu lugar de direito, Soberano que é, sobre a sua criação. Mas, diferentemente dos "deuses" mitológicos, ele não está distante. Ele se comunica (revelação) conosco na cruz, possibilita o diálogo da fé. Nesse diálogo, Deus nos respeita como seres livres, e espera nossa resposta voluntária à proposta de comunhão.

A VISÃO DO TRONO:
IMAGEM DE ESPERANÇA
(4.2)


“...fui arrebatado em espírito” (ver nota sobre a inspiração na lição 2), João tem uma visão do Deus que reina soberano, inclusive, sobre as forças político-religiosas do império romano, preparando o cenário para os acontecimentos futuros:

“...eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono” (v. 2). O trono é o símbolo do poder de quem reina soberano, mas, também, um símbolo da salvação. Tomemos, por exemplo, o texto de Hebreus 4.16. Ali, fala-se do “trono da graça”, onde o fiel se achega para ser salvo, no momento oportuno, por aquele que nele está assentado, isto é, o Deus misericordioso. Os cristãos da Ásia, que passavam por tantas dificuldades e tinham que lutar contra todo um sistema religioso e cultural, seriam grandemente fortalecidos por essa imagem.

A mensagem da visão do trono é semelhante àquela dirigida à igreja de Laodicéia, a quem o Senhor orientara para o arrependimento e convidara para se assentarem como ele no trono de Deus (3.21). Eles foram, como nós estamos sendo, hoje, desafiados a identificar quem, de fato, está no poder.




Comentário: João liga a imagem da esperança ao trono de Deus. São várias as imagens que me vêm à mente: olhar para o trono (dirigir-se a Deus, em humilde arrependimento); achegar-se para junto do trono (assumir com fé o compromisso com o Deus da salvação); Assentar-se com o Senhor no trono (participar, com o rei Jesus, das bênçãos celestiais, no fim de tudo).


A SALVAÇÃO EMANA DO TRONO

Os cristãos da Ásia Menor estavam sendo atacados, espiritual e fisicamente, naquele tempo. As cartas às igrejas identificam isso. Leia sobre alguns deles e, depois, identifique o texto em que aparecem (e vale a pena comparar com nossa vida e desafios, espiritualmente falando!):

Comentários: 


1. Falsos ensinos (Nicolaítas, Jezabel), promovendo desordem e corrupção espiritual - 

Textos bíblicos: Ap 2.6,15,20.

Desafio: Buscar a santificação do corpo e evitar apegos idólatras no mundo.
2. O trono de Satanás e a testemunha executada por causa de sua fé - 


Textos bíblicos: Ap 2.13
Desafio: Perceber os perigos espirituais e enfrentar os inimigos de Deus, com oração e firme testemunho.
3. Sinagoga de Satanás, indicando dificuldades nas relações sociais com judeus helenistas -


Textos bíblicos: Ap 2.9; 3.9.
Desafio: Nos relacionarmos com pessoas realmente salvas. Obs.: a situação aqui descrita não é repetível, mas uma circunstância ocasional. Penso, mal comparando, na seguinte dificuldade: pessoas que se dizem cristãos e não o são, embora vivam no meio da igreja e produzem dificuldades de relacionamentos, distúrbios, conflitos.


4. Tribulação e pobreza material – se as moedas cunhadas por Roma tinham imagens do imperador e das divindades gregas (Mars (deus da guerra), Victoria (deusa da paz), a deusa Roma, isso torna a circulação monetária difícil para os cristãos 

Texto: Ap 2.9

Desafios: Contentar-nos com nossas posses, no sentido de não nos envolvermos em dívidas por causa do consumismo exacerbado. Realizar negócios de modo santo, não aceitando nem praticando corrupção, custe o que custar.  

Você já parou para pensar qual é o seu “último recurso”, na hora do aperto? Muita gente continua achando que não precisa de Deus, que pode se virar sozinho, contar com o dinheiro e a influência para se salvar. Mas isso está longe de ser verdade.

GLÓRIA E MAJESTADE EMANAM DO TRONO
(4.3,5)


“E aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda” (v.3) – João tem uma visão da glória de Deus, simbolizada no esplendor de brilho e cores das pedras preciosas. A imagem de um arco-íris nos remete ao Gênesis, quando Deus fez com Noé o pacto de preservação da vida e da salvação.

“E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões” (v.5) – Simbolizam o juízo de Deus sobre a criação, no anúncio da salvação. Deus se faz ouvir em sua grandeza e excelso poder. O “mar” sinalizava a separação da criação, corrompida pelo pecado, de Deus. Justiça e Santidade, aspectos da perfeição moral do Criador, nos são comunicados na pessoa e obra de Jesus, o Cordeiro de Deus, Redentor e Senhor.

Comentário: o "mar da separação" é, hoje, o pecado. A cruz, "o barco-ponte". Jesus, o capitão do navio.



A IGREJA VITORIOSA ADORA AO REDOR DO TRONO
(4.4-8)


Todos os remidos, nos céus e na terra, precisam se curvar diante do Senhor, ensinam os versículos 4 a 8.

Na visão, João vê 24 anciãos em 24 tronos, prostrados em intensa adoração (v. 4). Eles simbolizam a totalidade dos salvos, seguros em Cristo, pelo perdão de pecados. Não apenas no céu, mas terra, a criação é retratada na figura dos quatro animais, em espontâneo e contínuo ato de louvor e adoração (v. 6-8).

A importante mensagem dessa visão, de exaltação à grandeza e majestade de Deus, que reina em glória, mas que está, também, interessado por nós, na terra, é que o mal que resulta do domínio do pecado é passageiro, temporário. A vitória final é daquele que está assentado sobre o trono e dos fiéis, que o seguiram e serviram.
Ler o Apocalipse nos relembra a urgência da adoração verdadeira, confiante no poder e majestade do Senhor, sobre todas as forças que se levantam contra sua santa e imperiosa vontade.

O que você está esperando para buscar a Deus e adorá-lo, na beleza de sua excelsa santidade?

Comentário: A essência da vida da igreja é a adoração. A igreja que adora, verdadeiramente, é submissa e santa. Assim, será vivo instrumento de evangelização. Onde não há verdadeira adoração, padece a evangelização. Por outro lado, pode haver evangelicalismo (evangelizar por evangelizar), criando apenas a preocupação de encher templos e arrebanhar conversos, sem o real compromisso da adoração, que se produz na vida de santidade e glorificação do Senhor.

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