quarta-feira, 31 de março de 2010

O evangelho é o poder de Deus. Estamos levando esta verdade em conta na hora de ensinar?


A lembrança do dínamo que produzia a energia para fazer funcionar o farol da bicicleta que meu pai usava para ir à igreja é uma das mais interessantes imagens de minha infância. Penso nisso quando leio Romanos 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...” Paulo usa a palavra grega “dunamis” (que deu origem à palavra “dínamo” em nosso idioma) para caracterizar a impactante mensagem do evangelho. Evangelho é poder sobrenatural, capacidade de transformação espiritual produzida no pecador, iluminando o seu caminho como fazia aquele farol de bicicleta.

O professor da EBD deve se considerar tremendamente abençoado com a oportunidade de compartilhar com os seus alunos a mensagem bíblica, que Paulo chama em Romanos de o “dínamo” de Deus. O ministério do ensino útil ao reino de Deus procura transmitir as verdades bíblicas com o propósito específico do evangelho: salvar os pecadores.

Para ensinar com eficácia o poder de Deus (o evangelho de Cristo), o professor deve desejar crescer em santidade e na graça do nosso Senhor Jesus Cristo. Deve insistir, também, que seus alunos façam o mesmo. Viver de modo semelhante a Cristo, na santidade, é moldar nossa personalidade segundo a influência dele. Não nos referimos aos aspectos físico e temperamental de Jesus. Queremos, sim, falar de mudanças psíquicas e espirituais, ou seja, no caráter e no “eu”. Era isso que Paulo ensinava, ao afirmar: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1). E, também, ao dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20a). Crescer em santidade é projetar a vida interior (caráter) para a meta “não vivo eu, mas Cristo!”

 Para ensinar com eficácia o poder de Deus (o evangelho de Cristo), o professor não deve ficar satisfeito apenas com a sala de aula cheia, todos os domingos. Antes, deve procurar alcançar vidas em outros horários e por outros meios.

Para ensinar com eficácia o poder de Deus (o evangelho de Cristo), o professor não deve perder tempo lamentando a falta de recursos pessoais ou materiais. Antes, deve ser pró-ativo e interiormente motivado pela capacitação do Espírito Santo na tarefa que está por realizar.

Alguns professores acham, erradamente, que o ensino deve ser coercitivo, forçando o aluno a reagir. Aulas assim são exercícios de autoridade sobre o aluno. Ensinar o poder de Deus é uma tarefa conjunta homem/Espírito Santo. Como pessoas que comunicam, devemos usar um tom de voz agradável, gestos e expressões educadas. O convencer é tarefa do Espírito de Deus. Ele o fará de uma maneira especial, com firmeza, mas respeitando o ser humano em sua decisão.

Mas o ensino bíblico deve ser dinâmico por causa da sua natureza espiritual: evangelho é poder. O professor da EBD deve mostrar o impacto do poder do evangelho na sua vida, falando com entusiasmo da palavra de Deus e, assim, mexer com os alunos, positivamente. É nossa responsabilidade levar pessoas a Cristo pelo ensino bíblico e cuidar, principalmente, dos novos crentes que aprendem conosco. Aqui vale o “testemunho pessoal” (eles estão de olho na gente) e a oração intercessora (com eles e por eles).

Precisamos pedir a Deus em oração que nos encha de “perseverança” no sacerdócio do ensino, pois não podemos voltar atrás ou desanimar, diante das dificuldades da vida.

O evangelho de Cristo, que ensinamos, é poder perfeito em nós, mas, como somos pecadores e imperfeitos, precisamos estar continuamente em formação (assim como programas de computadores precisam de upgrade contínuo).

Educação sacerdotal continuada é a ênfase. Ninguém pode achar que sabe tudo ou que não pode melhorar, pois o serviço a Deus depende de constante dependência e obediência a ele.

Pastor Davi Freitas de Carvalho
(Texto originalmente produzido para o Jornal EBD, 2T 2010)

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