sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

APOCALIPSE 10, 11: Descobrindo as verdades de Deus

O livro doce e as duas testemunhas
Apocalipse 10.8-10; 11.3-12

Para compreender a importância desta passagem para o contexto geral do Apocalipse, é necessário responder duas perguntas básicas:

1. Que mensagem Deus tem nos dado para levar ao mundo pecador?
2. Qual é o preço que temos que pagar para levar essa mensagem?

É para esclarecer essas dúvidas na mente de seus leitores que João relata essa série de visões, que ocorrem entre o toque da sexta e sétima trombetas.

Ao ler estas profecias, relacionadas ao povo de Deus, no limiar do fim dos tempos, precisamos rever nossos conceitos pessoais de evangelização e testemunho cristão. Você está disposto a isso?

O LIVRO A SER COMIDO PELO PROFETA
E SEU SIGNIFICADO
(10.8-11)


A primeira visão nesse interlúdio é a do livro que deveria ser comido é muito semelhante àquela que ocorreu na profecia de Ezequiel. Confira os quadros informativos abaixo:

Ezequiel 2.2-3.3
◘ Livro aberto diante do profeta, escrito por dentro e por fora;
◘ contendo lamentações, suspiros e ais;
◘ doce como o mel, deve ser comido e sua mensagem pregada a Israel.

Apocalipse 10.1-11
◘ Livro aberto na mão do anjo;
◘ tomado da mão do anjo pelo profeta e comido;
◘ Doce como o mel ao paladar e amargo após digerido;
◘ sua mensagem deve ser pregada a todas as nações.

O livro simboliza o conteúdo da profecia referente ao fim da presente era, ou seja, “se cumpriria o mistério de Deus”. Na visão, João recebe instruções de um poderoso anjo celestial, cujo aparecimento se dá em meio a várias teofanias (nuvem, sol, fogo, trovões estão relacionadas às manifestações de Deus no Antigo Testamento). O profeta tem, nessa visão do livro, sua missão reafirmada. Essa missão está diretamente ligada à Palavra de Deus.


UM LIVRO AGRIDOCE

“ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel” (v. 9). Por que o livro comido pelo profeta tem sabor duplo, doce e amargo, ao mesmo tempo? Porque à honra de ser o porta-voz da profecia divina cabe, ao mesmo tempo, a provação do sofrimento causado pelas hostes malignas do mundo, antes do estabelecimento definitivo do reino de Deus.

Você e eu precisamos estar prontos para essa dupla responsabilidade: não há apenas prazer na proclamação da verdade do evangelho da salvação, mas, também, provação com o anúncio da expectativa do juízo divino. Ouvir acerca do juízo de Deus causa revolta no pecador e naquele que o escraviza, o diabo.

A UNIVERSALIDADE DA MENSAGEM

Uma diferença marcante das profecias de Ezequiel e Apocalipse, no que se refere à proclamação da mensagem do livro, é o caráter universal da proclamação de João: “Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis” (v. 11).


AS TESTEMUNHAS:
MISSÃO CUMPRIDA


Não tem havido consenso sobre a identidade dessas duas testemunhas, que não sobrevivem à missão, embora a tenham completado. Diz-se acerca delas que a “a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará” (v. 7). Em todo caso, a literatura apocalíptica em torno do tema levanta a hipótese de serem Moisés e Elias, cujos atos em nome de Deus são semelhantes aos descritos nessa visão (2Rs 1.10; 1Rs 17.1; Ex 7).

A palavra grega que deu origem a testemunha é “mártir”, ou seja, os que foram mortos “por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram” (Ap 6.9). Esse testemunho cabe à igreja, que assumiu de vez essa função em obediência à ordem do Cristo ressurreto. Por essa razão, e pelo fato de haver vívidas descrições de martírio de cristãos no Novo Testamento (At 7.58; 12.2; Hb 11.37), pode-se identificar as testemunhas, simbolicamente, como a igreja profética, com autoridade de testemunho em meio às tribulações.

As descrições da condição desses mártires cristãos (v. 9) são condizentes com a maneira como Roma tratava seus inimigos. O selo de Deus não impede que sejam martirizados, mas, por outro lado, aponta para a ressurreição e vida eterna, que os esperam, pelo poder do Salvador: “E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés” (v. 11).

No início deste estudo, dissemos que a leitura destes capítulos nos levaria a rever nossos conceitos de evangelização e missões. Somos despertados por Deus para a urgência da missão: o mundo permanece morto em delitos e pecados e dirige-se, inexoravelmente, para o juízo. No decorrer do cumprimento da missão, as hostes espirituais da maldade lutarão para nos destruir. Mas a promessa de Deus permanece de pé. No fim, ele estabelecerá o seu reino e nós, os que cremos, estaremos com ele.

Você crê?

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