sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

APOCALIPSE 12, 13: Descobrindo as verdades de Deus

Contra as forças do mal
Apocalipse 12.1-8; 13.1-18

O mal assume diversas formas. Há mal individual e mal coletivo; há mal acidental e mal institucionalizado, o qual é promovido de forma organizada e constante, geralmente, com auxílio de forças políticas e militares.

Esse é o caso dessa seção do Apocalipse, que retrata as visões do profeta da batalha espiritual que está sendo travada na terra, contra as forças malévolas que se insurgem contra o reino de Deus.

No Apocalipse, as cores do mal são pintadas num ambiente político-social que tem sua base em Roma, a capital do império, e uma estrutura religiosa de idolatria religiosa, em torno do imperador romano, principalmente, na Ásia Menor.

O texto que vamos estudar ressalta a intensidade da tribulação e da guerra promovida contra a igreja de Cristo, durante o período em que ela aguarda o retorno de seu Senhor.

IDENTIFICANDO
AS FORMAS DO MAL

“um grande dragão branco... a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás” (12.3,9). A mitologia pagã faz amplo uso da imagem de um dragão/serpente quando descreve a origem de seus deuses. Na visão do nosso profeta, esse dragão personifica a forma básica do mal: o Diabo.

Diz-se acerca dele que fora precipitado na terra com duas finalidades:
1. Destruir o Messias (na visão, o filho da mulher), pois ele há de reger as nações e dar fim ao seu reinado de terror, que é temporário;
2. Enganar, tripudiar, acusar o verdadeiro povo de Deus, o Israel espiritual, (na visão, a mulher), durante todo o tempo em que ela aguarda a volta do Messias.

Fazendo uso da tradição que narra a queda de Satanás e sua atual condição de arquirrival do Messias, João descreve o mal como um ser angelical, amplamente poderoso, e que tem seguidores fiéis na ordem de seres espirituais: “...os seus anjos foram precipitados com ele” (12.9b). O apóstolo Paulo o chama de “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2).

Aos Efésios, Paulo diz: “temos que lutar... contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes” (6.12). Você sabia que está, dia a dia, lutando contra o Diabo? Devemos nos manter sempre preparados para essa batalha.

“Então vi subir do mar uma besta...”
(13.1). Mas o mal assume identidade humana, institucionaliza-se. Satanás faz uso de todas as estruturas sociais, políticas e religiosas para oprimir. João descreve esse ser monstruoso como uma combinação do conteúdo da profecia de Daniel 7. Ele combinou os quatro animais de Daniel para descrever um: o poder do império romano, personificado nos seus imperadores e reis aliados.
O poder, o trono e a autoridade do dragão são transmitidos ao líder político desse império mundial para executar a obra do Diabo. Dentre as ações da besta, destacamos:

1°. Causar admiração nas pessoas do mundo (v. 3);
2°. Exigir para si o status de divindade e a adoração cultual idólatra (v. 4);
3°. Blasfemar contra Deus e seu povo (v. 5);
4°. Fazer guerra contra o povo de Deus (v. 7).


“E vi subir da terra outra besta...” (13.11). A segunda besta é, à época de João, uma representação dos sacerdotes que tinham a responsabilidade de promover o culto ao imperador nas províncias. Pérgamo, por exemplo, possuía um templo em honra ao falecido imperador Augusto. Para os romanos, adorar o imperador era prova de lealdade e patriotismo. Desterro, tortura, prisão e morte esperavam aqueles que se recusavam a prestar culto nas províncias.
Os versículos 12 a 17 descrevem as ações desta figura:

1°. Fazer com que todos os homens adorem à primeira besta, a qual representa (v. 12);
2°. Promover o culto à primeira besta com sinais miraculosos, iludindo e enganando a todos (v. 13,14);
3°. Participar de acusação e julgamento que levem à pena de morte os que se recusam a cultuar o imperador (v. 15);
4°. Marcar, com o sinal da besta, os que se submeterem à ordem religiosa romana (v. 16).

“O seu número é 666...” (13.18). A figura humana retratada por essa cifra tem ligação com a crença de que um dos imperadores, Nero, se ergueria da morte para assumir o controle da obra satânica. Representa o anticristo, a maldade plenamente declarada e em ação. As pessoas precisam estar marcadas, seladas com o nome ou número da besta na mão ou fronte, significando sua concordância à nova ordem, senão têm sua existência grandemente dificultada.

No decorrer da história, essas outras personificações ocorreram, estão ocorrendo e ainda irão ocorrer, enquanto aguardamos Jesus. Os princípios percebidos aqui, por João, relacionados ao império romano, se repetem, pois a Palavra de Deus é imutável e tem valor permanente.
Desde o Diabo foi precipitado na terra e promove guerra contra os filhos de Deus, essa sucessão de manifestações de anticristos históricos tem ocorrido. Não sabemos quando o Diabo haverá de encarnar numa pessoa e num sistema estatal-religioso, a do “homem da iniqüidade” (2Ts 2), que é o anticristo. Mas precisamos estar preparados e ser capazes de perceber e enfrentar formas humanas e sociais que se aliam ao inimigo de nossas almas em oposição ao reino de Deus.
Certamente, diz a profecia, quando o tempo dessa tribulação terminar, poderemos nos alegrar, pois a salvação, o poder e o reino do nosso Deus serão manifestos na autoridade de Cristo (12.10-12).

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