quinta-feira, 8 de abril de 2010

EBD 2 - 11 de abril - Lição e Comentários do autor

Visões encorajadoras

Você já foi acusado de ateísmo, que é o mesmo que não acreditar em Deus? Alguém já chamou você de antissocial por não participar de festas e celebrações mundanas? Já tentaram incriminar você por praticar canibalismo, ao comer “o corpo de Cristo” e beber “o sangue de Cristo”, nas refeições que chamamos de ceia? Você conhece alguma igreja que esteja em conflito com as autoridades locais? Pois essa era a forma com que a sociedade romana na Ásia Menor tratava a comunidade cristã.

Por essa razão, na base da profecia apocalíptica está o encorajamento para lidar com as lutas espirituais e, também, culturais. Neste estudo, poderemos entender porque João precisava “ver” e “ouvir” para, então, transmitir a mensagem aos cristãos daquela tão importante província romana.

COMENTÁRIO: A não aceitação do cristianismo pelos romanos e cidadãos em geral tem a ver com a sua irredutível posição de adorar somente a Deus, pela mediação de Jesus cristo. Os romanos os acusavam em seus tribunais até de ateísmo (não crer em Deus), ou seja, não adorarem os deuses pagãos espalhados por todo o império, com a pessoa do imperador Domiciano no vértice dessa adoração. 

JOÃO, O PROFETA VISIONÁRIO
(1.9-12)

“Eu, João, irmão vosso e companheiro...” (v. 9). O autor do Apocalipse se denomina João em quatro ocasiões (1.1,4,9; 22:8). É difícil determinar se é o apóstolo João, discípulo de Jesus e autor do Evangelho e das três cartas que levam seu nome. É, com certeza, um judeu cristão chamado João, que vivia na Ásia Menor, nos últimos anos no I século, sendo bastante conhecido dos cristãos e das igrejas locais. Ele, evidentemente, tem grande aceitação diante dos cristãos espalhados pelas principais cidades da província, e lhes escreve no intuito de encorajá-los a enfrentarem com determinação e coragem os ataques do paganismo à religião cristã. Para João, o império romano e a sociedade da Ásia Menor eram eticamente contrários à fé cristã. Eu e você somos companheiros deste servo de Deus, na luta contra o padrão de conduta pagã com o qual interagimos todos os dias.

COMENTÁRIO: Estas afirmações fortalecem a pessoa do apóstolo João como autor do Apocalipse. Sua ligação com a região (ministério em Éfeso), sua presença até o fim do século (ainda que em exílio), como o último dos apóstolos a sofrer o martírio, a estreita ligação semântica entre os escritos joaninos (Evangelho e Epístolas).

“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi... e vi...” (v. 10). O arrebatamento em espírito significa que a inspiração divina está por detrás da profecia de João (confira o texto de 2Pedro 1.21).
Para escrever, João recebe de Deus, por meio de uma série de visões, a mensagem. Por que visões e repetições? É a forma mais comum de revelação na literatura apocalíptica, principalmente, para alguém que se encontrava em exílio, numa ilha usada pelos romanos para banir inimigos do estado, a 55km da costa, bem distante dos acontecimentos.
=> O som da trombeta – No Antigo Testamento, este som chamava o povo a lembrar-se da presença do Senhor. João é despertado para a iminente mensagem acerca de Jesus, que vai receber e deve transmitir.

COMENTÁRIO: Há aqueles que insistem em "arrebatamentos" espirituais nos dias de hoje. Convém lembrar que João estava sendo "inspirado pelo Espírito Santo" para a produção desta revelação, como o foram os escritores do Antigo Testamento. Tal arrebatamento não está mais ocorrendo hoje.

“O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas...” (v. 11). Os destinatários da profecia eram, na maior parte do tempo, ouvintes. Eles não tinham o texto escrito em suas mãos. A mensagem era repetida em diferentes imagens e ajudavam a compreensão e a memória dos cristãos da Ásia Menor. A proposta divina de fazer a profecia circular pelas igrejas unifica e universaliza a mensagem. Assim, podemos entender que ela se dirige, também, a você e a mim, que vivemos no século 21, pois “sete” igrejas é símbolo para toda a igreja.

“E voltei-me para ver quem falava comigo” (v. 12). João deu atenção imediata à revelação que Deus estava para apresentar. Esta é uma lição importante para nós. Às vezes, não conseguimos interpretar os sinais de que Deus está falando conosco, por meio da Palavra escrita, ou de uma pessoa. João pôde e o Apocalipse é o resultado. Devemos, nós, voltar nossa atenção para aquilo que Deus deseja transmitir, pois ele sempre toma a iniciativa de comunicar-se conosco.

COMENTÁRIO: Precisamos diferenciar o que estava acontecendo com João do que acontece conosco, hoje. João estava sendo "inspirado" (evento único, relacionado à revelação). Nós estamos sendo "iluminados" (ação do Espírito em nós, ensinando-nos, orientando-nos, guiando-nos na verdade do evangelho).  

A VISÃO GLORIOSA DO FILHO DE DEUS
NO MEIO DA IGREJA
(v. 13-15)

João estava diante de Jesus que, na visão, encontra-se entre sete candeeiros (castiçais) de ouro. O versículo 20 explica a imagem: os candeeiros são as igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

“e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem” (v. 13). A descrição que João dá de Jesus Cristo é muito próxima da profecia de Daniel 10.5,6.
As vestimentas de Jesus, seus cabelos brancos, seus olhos de fogo, seus pés reluzentes e sua potente voz (v.13-15) projetam a imagem de um ser poderoso para lutar e julgar, puro e santo, de dignidade real, sobre tudo e todos.
Você, querido irmão, pode se sentir mais confiante com a presença de Jesus Cristo em sua vida. Jesus não deixa de se importar com você, jamais.

“tinha ele na sua destra sete estrelas” (v. 16). João explica a imagem, no versículo 20, afirmando que as estrelas são os anjos das igrejas. Até aí, tudo bem... difícil mesmo é dizer se os anjos são os “pastores” que dirigiam as igrejas ou anjos, literalmente. Voltaremos a esse tema na próxima lição.

COMENTÁRIO: Tão forte e impactante é a visão de Cristo no meio da igreja, que a cristologia (estudo da pessoa e obra de Cristo) dominou o desenvolvimento teológico durante muitos séculos depois dessa visão. Jesus é o cabeça da igreja e estamos inevitavelmente ligados a ele (as imagens da videira, da noiva são reutilizados por João). 

A REVELAÇÃO DE DEUS
PARA NÓS
(v. 16-19)

A visão de Jesus foi tão magnífica que esgotou as forças físicas de João. Mas sua esperança seria imediatamente renovada, pois ele afirma, sobre Jesus: “ele pôs sobre mim a sua destra”.
A fraqueza de João simboliza nossa condição humilde e dependente, diante de Deus. É assim conosco, também, diante da majestade do Senhor. Cabe a nós afirmar, como Paulo: “...de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo” (2Co 12.9b).

O que Jesus quis revelar a João e, por conseguinte, a nós, que cremos nele, hoje?

(a) “não temas” (v. 17). Alguns dos nossos medos são justificáveis, pois corremos perigo, diariamente. Os cristãos da Ásia, por exemplo, e João enfrentavam dura oposição e perseguição. Era normal que tivessem receios. Mas a palavra de Cristo gera neles confiança. Que coisa boa ter alguém como Jesus para nos estender a mão. Sejamos nós, também, consolados pela promessa de nosso Senhor, de segurança e conforto em seus braços de amor.

(b) “Eu sou o primeiro e o último...” (v. 18). Significa que Jesus é eterno, um em essência com o Pai, e que está no controle de tudo, desde a criação (Confira os textos de Isaías 44.6 e 48.12). Por mais difícil que possa parecer, reconheçamos o governo de Cristo sobre a história da nossa vida.

(c) “...eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos” (v. 18). Jesus ressuscitou! Ao vencer a morte, conquistou o direito de reinar como Senhor. Nós estamos em comunhão direta com o Cristo vivo. Ele nos enche de esperança em meio às aflições e ilumina nosso caminho em meio à  escuridão das trevas.

4 comentários:

Jane Rodrigues disse...

Pastor Davi, sou professora e Lider de adolescente, na 2 Igreja Batista em Rio das Ostras, RJ.Estou adorando as lições da EBD desse trimestre, realmente os adolescentes tem muitas dívidas sobre Apocalipse. Vamos aprender juntos e ajuda-los nesses questionamentos. Fica na PAZ
Jane Rodrigues

pastordfc disse...

Ola, querida professora.
Sem sombra de duvida, ensina-los a resistir ao mundo, testemunhando de Cristo é o aspecto central da tematica do trimestre.
Por isso, evitei abordar, ao escrever, questões relativas aos aspectos futuristas e escatológicos.
Os adolescentes precisam perceber que a atual ordem das coisas (sistemas econômico, social e cultural vigentes) são uma afronta a Deus quando oprimem e escravizam o homem.
Seja bem vinda e sucesso no trimestre.
Qualquer duvida a respeito do conteúdo estamos sempre disponíveis.
Abraço,

pastor Davi Freitas
JUERP, RJ

jirede disse...

Graça e Paz Pr. Davi

Sou professor da classe dos Adolescentes da Igreja Batista Sião em Jequié na Bahia.
Amei o primeiro trimestre com as lições dos Provébios. Recebi as revistas esta semana, domingo à noite, vou fazer um resumo das três primeiras lições de Abril. O material de seu Blog está sendo de muita valia.

A paz e a inteligência espiritual continue andando contigo.

Abraços!!!

Anônimo disse...

Bom Noite Pr. Davi.

Sou um dos alunos da EBD dos Adolescentes da 1° Igreja Batista em Piabetá. O meu professor da EBD é Pr. Edemir e a sua esposa Gisele.

Muito bom mesmo esta lição. Estou ater dando uma pesquisada na internet sobre este maravilhoso livro, que tras muitas coisas interesante.

Abraços