domingo, 28 de março de 2010

APOCALIPSE 1:9-20: Descobrindo as verdades de Deus


Visões encorajadoras

Você já foi acusado de ateísmo, que é o mesmo que não acreditar em Deus? Alguém já chamou você de antissocial por não participar de festas e celebrações mundanas? Já tentaram incriminar você por praticar canibalismo, ao comer “o corpo de Cristo” e beber “o sangue de Cristo”, nas refeições que chamamos de ceia? Você conhece alguma igreja que esteja em conflito com as autoridades locais? Pois essa era a forma com que a sociedade romana na Ásia Menor tratava a comunidade cristã.

Por essa razão, na base da profecia apocalíptica está o encorajamento para lidar com as lutas espirituais e, também, culturais. Neste estudo, poderemos entender porque João precisava “ver” e “ouvir” para, então, transmitir a mensagem aos cristãos daquela tão importante província romana.


JOÃO, O PROFETA VISIONÁRIO
(1.9-12)

“Eu, João, irmão vosso e companheiro...” (v. 9). O autor do Apocalipse se denomina João em quatro ocasiões (1.1,4,9; 22:8). É difícil determinar se é o apóstolo João, discípulo de Jesus e autor do Evangelho e das três cartas que levam seu nome. É, com certeza, um judeu cristão chamado João, que vivia na Ásia Menor, nos últimos anos no I século, sendo bastante conhecido dos cristãos e das igrejas locais. Ele, evidentemente, tem grande aceitação diante dos cristãos espalhados pelas principais cidades da província, e lhes escreve no intuito de encorajá-los a enfrentarem com determinação e coragem os ataques do paganismo à religião cristã. Para João, o império romano e a sociedade da Ásia Menor eram eticamente contrários à fé cristã. Eu e você somos companheiros deste servo de Deus, na luta contra o padrão de conduta pagã com o qual interagimos todos os dias.

“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi... e vi...” (v. 10). O arrebatamento em espírito significa que a inspiração divina está por detrás da profecia de João (confira o texto de 2Pedro 1.21).
Para escrever, João recebe de Deus, por meio de uma série de visões, a mensagem. Por que visões e repetições? É a forma mais comum de revelação na literatura apocalíptica, principalmente, para alguém que se encontrava em exílio, numa ilha usada pelos romanos para banir inimigos do estado, a 55km da costa, bem distante dos acontecimentos.
 O som da trombeta – no Antigo Testamento, este som chamava o povo a lembrar-se da presença do Senhor. João é despertado para a iminente mensagem acerca de Jesus, que vai receber e deve transmitir.

“O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas...” (v. 11). Os destinatários da profecia eram, na maior parte do tempo, ouvintes. Eles não tinham o texto escrito em suas mãos. A mensagem era repetida em diferentes imagens e ajudavam a compreensão e a memória dos cristãos da Ásia Menor. A proposta divina de fazer a profecia circular pelas igrejas unifica e universaliza a mensagem. Assim, podemos entender que ela se dirige, também, a você e a mim, que vivemos no século 21, pois “sete” igrejas é símbolo para toda a igreja.

“E voltei-me para ver quem falava comigo” (v. 12). João deu atenção imediata à revelação que Deus estava para apresentar. Esta é uma lição importante para nós. Às vezes, não conseguimos interpretar os sinais de que Deus está falando conosco, por meio da Palavra escrita, ou de uma pessoa. João pôde e o Apocalipse é o resultado. Devemos, nós, voltar nossa atenção para aquilo que Deus deseja transmitir, pois ele sempre toma a iniciativa de comunicar-se conosco.


A VISÃO GLORIOSA DO FILHO DE DEUS
NO MEIO DA IGREJA

(v. 13-15)

João estava diante de Jesus que, na visão, encontra-se entre sete candeeiros (castiçais) de ouro. O versículo 20 explica a imagem: os candeeiros são as igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

“e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem” (v. 13). A descrição que João dá de Jesus Cristo é muito próxima da profecia de Daniel 10.5,6.
As vestimentas de Jesus, seus cabelos brancos, seus olhos de fogo, seus pés reluzentes e sua potente voz (v.13-15) projetam a imagem de um ser poderoso para lutar e julgar, puro e santo, de dignidade real, sobre tudo e todos.
Você, querido irmão, pode se sentir mais confiante com a presença de Jesus Cristo em sua vida. Jesus não deixa de se importar com você, jamais.

“tinha ele na sua destra sete estrelas” (v. 16). João explica a imagem, no versículo 20, afirmando que as estrelas são os anjos das igrejas. Até aí, tudo bem... difícil mesmo é dizer se os anjos são os “pastores” que dirigiam as igrejas ou anjos, literalmente. Voltaremos a esse tema na próxima lição.


A REVELAÇÃO DE DEUS
PARA NÓS

(v. 16-19)

A visão de Jesus foi tão magnífica que esgotou as forças físicas de João. Mas sua esperança seria imediatamente renovada, pois ele afirma, sobre Jesus: “ele pôs sobre mim a sua destra”.
A fraqueza de João simboliza nossa condição humilde e dependente, diante de Deus. É assim conosco, também, diante da majestade do Senhor. Cabe a nós afirmar, como Paulo: “...de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo” (2Co 12.9b).

O que Jesus quis revelar a João e, por conseguinte, a nós, que cremos nele, hoje?

(a) “não temas” (v. 17). Alguns dos nossos medos são justificáveis, pois corremos perigo, diariamente. Os cristãos da Ásia, por exemplo, e João enfrentavam dura oposição e perseguição. Era normal que tivessem receios. Mas a palavra de Cristo gera neles confiança. Que coisa boa ter alguém como Jesus para nos estender a mão. Sejamos nós, também, consolados pela promessa de nosso Senhor, de segurança e conforto em seus braços de amor.

(b) “Eu sou o primeiro e o último...” (v. 18). Significa que Jesus é eterno, um em essência com o Pai, e que está no controle de tudo, desde a criação (Confira os textos de Isaías 44.6 e 48.12). Por mais difícil que possa parecer, reconheçamos o governo de Cristo sobre a história da nossa vida.

(c) “...eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos” (v. 18). Jesus ressuscitou! Ao vencer a morte, conquistou o direito de reinar como Senhor. Nós estamos em comunhão direta com o Cristo vivo. Ele nos enche de esperança em meio às aflições e ilumina nosso caminho em meio à escuridão das trevas.

Um comentário:

pastordfc disse...

Não entendi, querido irmão, a expressão "Espírito Santo Verdadeiro"... pois não existe um Espírito Santo "falso"...
O Espírito Santo é Deus, em nós e por nós, capacitando-nos a enxergar a realidade de nossos pecados e do juízo que existe contra nós, nessa condição. Também, de apresentar o único e verdadeiro Deus, imagem idêntica da revelação salvífica, na pessoa do Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor.
Um grande abraço,

Pastor Davi Freitas
JUERP, RJ