segunda-feira, 12 de abril de 2010

Diálogo & Ação - 2º trimestre - Comentários das lições 3, 4


LIÇÃO 3 - 18 de abril
No Apocalipse, sete cartas foram escritas e enviadas às igrejas da Ásia Menor. Elas falam das percepções de Cristo sobre as comunidades cristãs. Cinco delas soam como fortes repreensões de comportamentos errados das igrejas. Outras duas igrejas são elogiadas e encorajadas.
COMENTÁRIO - sobre o caráter circular das 7 cartas: Muito se tem dito sobre o caráter "circular" das cartas de João descritas no Apocalipse. A tradição coloca esse apóstolo na comunidade de Éfeso, de onde poderia facilmente "despachar" mensagens para as igrejas da Ásia Menor. O total de sete pode ser "literal" ou "figurado" (o mais provável) representando a totalidade dos cristãos em todos os tempos e lugares, destinatários dessas importantes mensagens de cristo à igreja. 
COMENTÁRIO - o protesto de Cristo: Ainda é papel da igreja protestar contra a assimilação da cultura pagã, por seus componentes. Tal assimilação diminui o ímpeto evangelístico e missionário da igreja, uma vez que sua relação com o mundo é de simbiose. Paulo exorta sobre isso em Romanos 12.1,2 e constitui, também, advertência de cristo: ninguém pode amar a dois senhores.
A perda do entusiasmo ou falta de motivação tem raízes em pecados ocultos e continuados, na desnutrição espiritual (falta de ensino bíblico), ou pela intensidade do sofrimento (caso dos cristãos da Ásia Menor), quando não se tem o foco na direção correta (o olhar escatológico, que vê o futuro com a certeza da vitória da fé).
Todas as formas de deturpação das Escrituras são tentativas de Satanás de desvirtuar o foco da adoração na igreja. As heresias (literalmente, outros olhares sobre a fé) se constituem em ataques à estrutura básica da mensagem do evangelho. Muitos, usando da estratégia de desvitalizar a "tradição" recebida dos apóstolos e passada à igreja pelos ensinos do Novo Testamento, têm produzido movimentos religiosos heréticos, hoje. Sugiro a leitura do capítulo 3 do meu livro "Libertos para servir", disponível on-line no endereço
http://pastordavifreitas.blogspot.com/2010/01/libertos-para-servir-reflexoes-sobre-o_09.html
COMENTÁRIO - sobre a tarefa de evitar a mundanização ou secularização da igreja: Lembro aqui as palavras de Jesus, na sua oração pelos discípulos: "Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo". Ao contrário daqueles que estavam sendo fortemente atacados pelo sistema romano, havia aqueles que estavam perfeitamente adaptados. Essa "adaptação" se dá com perdas enormes para o crente.  O primeiro desafio para o cristão é o “presente século mau”(1.4), isto é, o estado de coisas que marcam a era em que se vive. Segundo as Escrituras, essa era é marcada pela pecaminosidade. Paulo mostra que Cristo já nos resgatou desse domínio, quando se deu na cruz por nossos pecados e, posteriormente, venceu a morte pela ressurreição. Não deixemos, portanto, que a mentalidade desta época, nas formas do materialismo, secularismo, ganância, insensibilidade, individualismo, sensualidade, rebeldia e tantas outras coisas, se imponha sobre nós! (Libertos para servir, Cap 8).
COMENTÁRIO - O encorajamento de Jesus : Há palavras de encorajamento nas cartas do Apocalipse, principalmente, aos cristãos que não se deixaram dominar e que resistiram, bravamente, muitas vezes, até a morte, por causa do testemunho cristão. Eles se baseiam na natureza do Messias,  a quem se dirigem as palavras de louvor e de adoração, pela vitória conquistada por ele, e de sua posição atual, no cosmos Senhor e Rei.


Lição 4 - 25 de abril
A soberania do trono celestial
Apocalipse 4.1-11

À época de João, existia um poder soberano, de ordem política e social, que impunha ao mundo o dever da submissão. Era o império romano. Esse sistema de dominação foi denominado 
Pax Romana, ou seja, uma ordem de pacificação do mundo da época, por meio da força e da manifestação de poder militar, jurídico, social, cultural e, também, religioso. No vértice desse sistema estava o imperador romano. Essa figura, retratada na expressão “Trono de Satanás” (2.13), representava um enorme perigo para os cristãos, pois eles não se curvavam perante a imagem do imperador para adorá-lo nem participavam dessas práticas idólatras. Podiam ser denunciados, julgados, condenados e mortos, se insistissem em adorar somente a Deus.
COMENTÁRIO: O SISTEMA ECONÔMICO E POLÍTICO EM QUE VIVEMOS (capitalismo e globalização) MANTÉM-SE COMO UM PODER OPRESSOR. UM OLHAR CRÍTICO PODERÁ PERCEBER QUE A RELIGIOSIDADE (TV E MÍDIA EM GERAL) CRIA ÍCONES DE ADORAÇÃO, PARA SEREM VENERADOS, POIS O PODER ECONÔMICO SE IMPÕE SOBRE AS DEMAIS FACETAS DA VIDA (a fé como fonte de lucro precisa desse "trono" para vender a imagem do ídolo). Fico pensando na indignação que tais formas religiosas devem produzir em Deus. O marketing religioso vai formando novos "ídolos" para a desonra ao único Senhor.
A PORTA ABERTA:
UM CONVITE AO ENCONTRO COM DEUS
(4.1)


COMENTÁRIO: Deus está no seu lugar de direito, Soberano que é, sobre a sua criação. Mas, diferentemente dos "deuses" mitológicos, ele não está distante. Ele se comunica (revelação) conosco na cruz, possibilita o diálogo da fé. Nesse diálogo, Deus nos respeita como seres livres, e espera nossa resposta voluntária à proposta de comunhão.


A VISÃO DO TRONO:
IMAGEM DE ESPERANÇA
(4.2)

Comentário: João liga a imagem da esperança ao trono de Deus. São várias as imagens que me vêm à mente: olhar para o trono (dirigir-se a Deus, em humilde arrependimento); achegar-se para junto do trono (assumir com fé o compromisso com o Deus da salvação); Assentar-se com o Senhor no trono (participar, com o rei Jesus, das bênçãos celestiais, no fim de tudo).


A SALVAÇÃO EMANA DO TRONO

Os cristãos da Ásia Menor estavam sendo atacados, espiritual e fisicamente, naquele tempo. As cartas às igrejas identificam isso. Leia sobre alguns deles e, depois, identifique o texto em que aparecem (e vale a pena comparar com nossa vida e desafios, espiritualmente falando!):
Comentários: 
1. Falsos ensinos (Nicolaítas, Jezabel), promovendo desordem e corrupção espiritual - 
Textos bíblicos: Ap 2.6,15,20.
Desafio: Buscar a santificação do corpo e evitar apegos idólatras no mundo.

2. O trono de Satanás e a testemunha executada por causa de sua fé - 


Textos bíblicos: Ap 2.13
Desafio: Perceber os perigos espirituais e enfrentar os inimigos de Deus, com oração e firme testemunho.

3. Sinagoga de Satanás, indicando dificuldades nas relações sociais com judeus helenistas -


Textos bíblicos: Ap 2.9; 3.9.
Desafio: Nos relacionarmos com pessoas realmente salvas. Obs.: a situação aqui descrita não é repetível, mas uma circunstância ocasional. Penso, mal comparando, na seguinte dificuldade: pessoas que se dizem cristãos e não o são, embora vivam no meio da igreja e produzem dificuldades de relacionamentos, distúrbios, conflitos.

4. Tribulação e pobreza material – se as moedas cunhadas por Roma tinham imagens do imperador e das divindades gregas (Mars (deus da guerra), Victoria (deusa da paz), a deusa Roma, isso torna a circulação monetária difícil para os cristãos 
Texto: Ap 2.9
Desafios: Contentar-nos com nossas posses, no sentido de não nos envolvermos em dívidas por causa do consumismo exacerbado. Realizar negócios de modo santo, não aceitando nem praticando corrupção, custe o que custar.  

GLÓRIA E MAJESTADE EMANAM DO TRONO
(4.3,5)

“E aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda” (v.3) – João tem uma visão da glória de Deus, simbolizada no esplendor de brilho e cores das pedras preciosas. A imagem de um arco-íris nos remete ao Gênesis, quando Deus fez com Noé o pacto de preservação da vida e da salvação. “E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões” (v.5) – Simbolizam o juízo de Deus sobre a criação, no anúncio da salvação. Deus se faz ouvir em sua grandeza e excelso poder. O “mar” sinalizava a separação da criação, corrompida pelo pecado, de Deus. Justiça e Santidade, aspectos da perfeição moral do Criador, nos são comunicados na pessoa e obra de Jesus, o Cordeiro de Deus, Redentor e Senhor.

Comentário: Deus é totalmente santo, por isso, o pecado afasto o homem de sua presença. O "mar da separação" é, hoje, o pecado. A cruz, "o barco-ponte". Jesus, o capitão do navio.

 A IGREJA VITORIOSA ADORA AO REDOR DO TRONO
(4.4-8)


Todos os remidos, nos céus e na terra, precisam se curvar diante do Senhor, ensinam os versículos 4 a 8.
Comentário: A essência da vida da igreja é a adoração. A igreja que adora, verdadeiramente, é submissa e santa. Assim, será vivo instrumento de evangelização. Onde não há verdadeira adoração, padece a evangelização. Por outro lado, pode haver evangelicalismo (evangelizar por evangelizar), criando apenas a preocupação de encher templos e arrebanhar conversos, sem o real compromisso da adoração, que se produz na vida de santidade e glorificação do Senhor.

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