quarta-feira, 25 de novembro de 2009

APOCALIPSE 1.1-9: Descobrindo as verdades de Deus

Você já assistiu a algum filme com imagens “apocalípticas”? Nesses filmes, por exemplo, “2012”, o mundo está à beira da destruição final e todos lutam para sobreviver. Filmes popularizaram o Apocalipse de João assim sem, infelizmente, fazer jus à verdade acerca de seu conteúdo. Embora o Apocalipse seja uma “revelação” acerca do final dos tempos, sua ênfase é na esperança trazida com a volta do Salvador.

O Apocalipse de João é um livro bem diferente de todos os que foram escritos depois da morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo. Alguns demonstram certo receio de sua leitura, talvez por causa das imagens fortes e perturbadoras presentes em alguns dos símbolos que ele traz: besta, dragão, anticristo, armagedom são alguns poucos exemplos. Mas sua leitura deveria nos encorajar, nos dar esperança, se aceitarmos sua mensagem.

Nos próximos dois meses, estarei escrevendo sobre o conteúdo bíblico do Apocalipse. Você, querido leitor, terá o privilégio de conhecer melhor o plano de salvação de Deus para o mundo, com a vinda de Jesus Cristo.

A REVELAÇÃO DE JESUS
(1.1a,5-7)


O título do livro é a palavra grega “apocalypsis”, que pode ser traduzida como “revelação”, por exemplo, de coisas antes desconhecidas, “manifestação ou aparecimento”, “desvendamento de uma verdade”.

O autor da revelação é Jesus Cristo exaltado que, a direita de Deus, envia a mensagem por meio de um anjo a João.

Além de autor, Jesus é, ainda, o conteúdo da revelação do Apocalipse. O livro focaliza a mensagem nele, destacando sua posição de Redentor, Senhor, Reis dos reis, destacando sua volta e o cumprimento de sua missão.

O ESCRITOR DO APOCALIPSE
(1b,2,9)


“a seu servo João” (v. 1b). Afirma-se, a respeito do escritor do Apocalipse, sua condição de servo, logo no primeiro versículo. A palavra significa “escravo”, sendo a designação comum aos salvos. Implica em submissão voluntária a Deus.

“irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus” (v. 9). O escritor encontra-se exilado, numa ilha do Mar Egeu chama Patmos, por testemunhar de Jesus Cristo. Juntamente com ele estão muitos outros, que suportam a aflição em prol do reino de Deus, com paciência e firmeza, durante a perseguição promovida pelo imperador Domiciano, no final do I século da era cristã. Entretanto, o maior perigo para os cristãos na Ásia Menor era a assimilação do estilo de vida e da cultura de sua época, que era fortemente marcado pela idolatria e carnalidade.

AS BEM-AVENTURANÇAS PARA OS LEITORES
(1.3,4a)


“Bem-aventurado aquele que lê” (v. 3a). A Palavra de Deus precisa ser lida. A leitura traz sentido à experiência de aflição e perseguição por eles vivida. Essa orientação está presente nas origens históricas do povo de Israel, como se lê em Deuteronômio 17.19, onde se afirma a necessidade de ler diariamente as Escrituras, para aprender a temer a Deus.

“...bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia” (v. 3b). A profecia do Apocalipse precisa ser ouvida, isto é, seus leitores precisam ter uma atitude receptiva em relação à mensagem. Isto significa, também, ser capaz de mostrar entendimento do que foi ouvido.

“...e guardam as coisas que nela estão escritas” (v. 3c). Isso significa viver de modo a testemunhar acerca das obras e objetivos de Deus para a nossa vida e, também, viver para obedecer e agradar a Deus. Guardar a mensagem da profecia é romper com as crenças do mundo, pois elas estão em oposição a Deus.

GRAÇA E PAZ: SAUDAÇÃO ÀS IGREJAS DA ÁSIA E A NÓS
(1.4-6)


Cartas às sete igrejas da Ásia. O versículo 4 apresenta os destinatários imediatos da profecia, os cristãos que habitavam a Ásia Menor, atual Turquia. Entendemos, porém, que a profecia se dirige a todos os crentes, pelos quais Cristo morreu e ressuscitou, no poder do Espírito de Deus. Também, ocorre aqui a saudação normal da literatura bíblica do Novo Testamento: graça e paz.

A graça divina. Foi efetivada pelo desprendimento do próprio Deus, “que deu o seu Filho unigênito” para salvar os pecadores (Jo 3.16). É interessante que a graça de Deus só pode existir “em Cristo”. Fomos chamados para viver “na graça de Cristo”, envolvidos por Cristo (Gl 1.6; 6.18).

Paz seja convosco. Jesus é o mediador da paz (reconciliação) entre Deus e o homem pecador. Notemos, queridos irmãos, que essa paz, produzida pela liberdade da culpa do pecado, traz segurança e tranquilidade, inclusive para as relações entre os crentes na igreja. Como afirmou Paulo, em outra de suas epístolas, a paz de Cristo cria laços fortíssimos de companheirismo (Ef 4.3).

LINGUAGEM SIMBÓLICA E CODIFICAÇÃO DA MENSAGEM

“sete igrejas... sete espíritos” (v. 4). A profecia apocalíptica vem escrita em códigos, usando muito simbolismo. Números e nomes têm sempre significados ocultos para os inimigos das igrejas da Ásia, mas eram perfeitamente entendidos pelos cristãos, em qualquer lugar. A função do simbolismo é protegê-los, caso a mensagem fosse interceptada pelos perseguidores, da acusação romana de traição.

Um dos principais símbolos do Apocalipse é o número sete, que significa completude, perfeição. Assim, “sete” igrejas representa a totalidade de cristãos na Ásia, para os quais se dirige a profecia e, “sete” espíritos simboliza a plenitude da ação do Espírito de Deus em garantir o domínio e a posição de Jesus diante do mundo, como Rei e Senhor.

A REVELAÇÃO DE DEUS
PARA NÓS


As perseguições movidas pelo império romano contra os seguidores de Cristo, considerados por eles como agitadores da ordem e inimigos do Estado, estão por detrás da profecia apocalíptica. Deus se revela em Cristo para trazer esperança ao seu povo, diante da iminente prisão ou morte daqueles que testemunham dele. Do mesmo modo, diante das aflições e perseguições que nos são impostas, precisamos contar com a presença gloriosa de Cristo, nosso Salvador e Redentor.

Ser cristão, hoje, é tão difícil quanto era naquele tempo. É tão difícil para nós a associação com entidades civis e políticas como era para eles. Lá, as cidades e associações tinham como padroeiros as divindades pagãs. Em nossa época, os grupos e associações mantêm uma mentalidade pagã corrompida e com tendências idólatras (TV, cinema, política e, às vezes, até a religião).

Nossas lutas devem ser um motivo de glória, isto é, de mostrar o sentimento de confiança na eficácia da obra de Cristo em nós e por nós. O Apocalipse afirma que Jesus fez de nós “reis e sacerdotes” junto a Deus, ou seja, precisamos honrar nossa posição de servos de Deus num mundo perverso e que “jaz no maligno”.

Para vencer as lutas neste mundo não podemos nos esquecer de ler a Palavra de Deus. Ler, meditar e guardar os Mandamentos são a base de uma existência cristã segura e firme diante das provações. Você tem dado atenção à Palavra de Deus?

2 comentários:

cristina disse...

Sempre que vejo ou ouço algo sobre desastre,guerras,tragédias lembro do estudo que tivemos na P.I.B sobre o livro de Apocalípse e a palavra que vem a mente é ESPERANÇA...

mcf disse...

De fato, Cristina, a esperança é a base da mensagem do Apocalipse. Os cristãos estavam sendo perseguidos e alguns deles foram mortos por causa de sua fé em Cristo.
NO Apocalipse, a esperança é renovada ao se afirmar que o Deus soberano orá derrotar as forças do mal e o Messias há de reinar com os salvos.